“Quase 1 bilhão de pessoas passam fome, enquanto um único jogador de futebol vale 67 milhões de euros. Não há, nisso, algo paradoxal?”
Saber que há fome no mundo todos nós já sabemos. O fato de que muitos outros vivem no luxo também já é consenso. Porém, saber as proporções disso pode nos assustar. Praticamente 1 em cada 7 pessoas no mundo passam fome. Só no Brasil os 10% mais ricos detêm 42,8% da renda, enquanto os 10% mais pobres apenas 1,3%.
O sistema capitalista vem, muitas vezes, sendo defendido como justo, baseado na meritocracia. Mas, fazendo uso de uma visão crítica, onde está a justiça em uma pessoa que gasta mais de mil dólares em uma garrafa de vinho, enquanto muitas outras não têm um único dólar para comprar 1 litro de leite? Talvez a culpa não seja do sistema, e sim da má conduta daqueles que muito têm e não compartilham com o semelhante.
No mundo utópico, estilo “Imagine” de John Lennon, todas as pessoas partilham todo o mundo, talvez na mente do ex-Beatle isso não seja difícil de imaginar, porém, em comparação com a realidade isso não passa de sonho distante. E não tente negar, defendendo que não é bem assim, se você fosse muito rico trocaria sua Ferrari por um Gol para alimentar os pobres? Lidar com o orgulho humano não é tão fácil quanto se imagina.
Nosso sistema econômico atenua ainda mais nossas imperfeições inerentes. O capitalismo é uma contradição, porém, não significa que o socialismo seja a solução. Defendo a ideia de “humanização”, é uma escolha nossa, termos sentimentos pelo próximo na intenção de ajuda-lo. Não que tenhamos que ir até a África, doar aos necessitados de sua região já é significativo, se todos pensassem assim. Penso que hoje em dia o mandamento principal deveria ser alterado para “Ame teu próximo como amas teu dinheiro”, porque o “a ti mesmo” não funcionaria, não nos amamos sendo tão escravos monetários como estamos sendo.