A mão procura algo. O cego tato procura os olhos. E os encontra. Enxergando e tateando, falta-lhe ouvir. Então procura os ouvidos, e encontra. Uma mão vê, a outra ouve. E o que estava faltando? O olfato. Então chega a cabeça toda. As mãos se despem de seus sentidos e os colocam onde devem estar, corretamente posicionados na cabeça. Mas não pode falar, então vem a língua, e a boca. E logo um pequeno cérebro. As mãos servem a cabeça. E o que está faltando? Os pés, que ligeiros já chegam esmagando a cabeça, mas logo se posicionam. Depois os órgãos sexuais e a massa que edifica o corpo.
No começo, havia a escuridão. A mão evoca a luz e se empenha na criação do homem. Quando ele está pronto e grande demais para o cômodo a escuridão toma parte novamente. Como num ciclo, como na vida.
Presentinho por voltar a escrever: https://youtu.be/-0Xa4bHcJu8